O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,30% em janeiro e ficou 0,46 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em dezembro (-0,16%). Este é o menor resultado para janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994. Já o acumulado nos últimos doze meses ficou em 3,77%, abaixo dos 3,86% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2018, a taxa foi de 0,39%.
PERÍODO
TAXA
Janeiro 2019
0,30%
Dezembro 2018
-0,16%
Janeiro 2018
0,39%
Acumulado no ano
0,30%
Acumulado em 12 meses
3,77%
O grupo Alimentação e bebidas teve a maior variação (0,87%) e o maior impacto (0,22 p.p.) no índice. Já os grupos Transportes (-0,47%) e Vestuário (-0,16%) tiveram deflação de dezembro para janeiro. Os demais grupos variaram entre o 0,06% de Comunicação e o 0,68% de Saúde e cuidados pessoais, conforme mostra a tabela a seguir.
Grupo
Variação (%)
Impacto (p.p.)
Dezembro
Janeiro
Dezembro
Janeiro
Índice Geral
-0,16
0,30
-0,16
0,30
Alimentação e Bebidas
0,35
0,87
0,08
0,22
Habitação
-0,52
0,08
-0,08
0,01
Artigos de Residência
0,44
0,58
0,02
0,02
Vestuário
0,31
-0,16
0,02
-0,01
Transportes
-0,93
-0,47
-0,18
-0,09
Saúde e Cuidados Pessoais
-0,58
0,68
-0,07
0,08
Despesas Pessoais
0,43
0,43
0,05
0,05
Educação
0,02
0,31
0,00
0,02
Comunicação
-0,07
0,06
0,00
0,00
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.
O grupo Alimentação e bebidas teve alta de 0,87% e acelerou em relação a dezembro (0,35%) por conta do grupamento alimentação no domicílio, que passou de 0,22% para 1,07% em janeiro. Contribuíram para esse resultado a aceleração dos preços das frutas, que passou de 1,12% (dezembro) para 6,52% em janeiro, e das carnes, de 0,92% para 1,72%. Outros itens importantes no consumo familiar, como cebola (17,50%) e batata-inglesa (11,27%) também tiveram altas expressivas, embora tenham desacelerado em relação a dezembro, quando subiram 34,16% e 17,80%, respectivamente.
Já alimentação fora mostrou leve desaceleração: de 0,58% em dezembro para 0,53% em janeiro, com destaque para a refeição: 0,39% em janeiro, contra 0,67% em dezembro.
Os Transportes (-0,47%) tiveram a maior queda entre os nove grupos pesquisados, embora a baixa tenha sido menos intensa que a de dezembro (-0,93%). A gasolina (-2,73%) caiu pelo segundo mês consecutivo e teve o maior impacto individual no índice: -0,12 p.p. Com exceção da região metropolitana de Salvador, com alta de 2,38% nesse combustível, as demais áreas apresentaram quedas que variaram entre -5,99% (Fortaleza) e -1,38% (Goiânia). Os preços do etanol (-1,17%) e do óleo diesel (-3,43%) também caíram, contribuindo para o resultado de -2,40% do grupamento dos combustíveis. As passagens aéreas (-3,94%) também tiveram queda em janeiro, frente à alta de 29,61% em dezembro.
Ainda no grupo dos Transportes, destacam-se os aumentos nas tarifas dos ônibus interestaduais (2,63%), dos ônibus intermunicipais (1,12%) e dos ônibus urbanos (1,04%). A alta dos ônibus urbanos foi consequência da variação em Belo Horizonte (4,94%), que refletiu o reajuste de 11% no valor da passagem, a partir de 30 de dezembro, e em São Paulo (2,00%), onde o reajuste foi de 7,5%, desde 7 de janeiro. Ainda em São Paulo, também houve reajuste de 7,5% nas tarifas de trem (0,75%) e de metrô (0,75%), ambas a partir de 13 de janeiro. No Rio de Janeiro, destaca-se o reajuste médio de 4,26% no valor das tarifas de táxi (1,87%), a partir de 1º de janeiro de 2019.
Em Habitação (0,08%), a energia elétrica (-0,73%) caiu pelo quarto mês consecutivo, embora menos intensamente que em dezembro (-3,61%). As regiões pesquisadas variaram entre a queda de 2,44% em Fortaleza até a alta de 0,66% em Belo Horizonte. Desde o início de dezembro, vigora a bandeira tarifária verde, sem cobrança adicional na conta de luz.
Ainda em Habitação, destaca-se a taxa de água e esgoto (0,70%), cuja variação reflete reajustes de 6,04% no Rio de Janeiro (3,54%), desde 1º de dezembro, e de 8,60% em Porto Alegre (3,84%), desde 16 de dezembro. A variação do gás encanado (1,69%) reflete o reajuste de 7,20% nas tarifas no Rio de Janeiro (3,18%), desde 1º de janeiro.
O grupo Saúde e cuidados pessoais (0,68%) apresentou o segundo maior impacto positivo no índice do mês (0,08 p.p.), com destaque para os itens de higiene pessoal, que subiram 2,23% em janeiro, depois de registrarem queda de 4,46% em dezembro.
Quanto aos índices regionais, apenas a região metropolitana de Curitiba (-0,08%) teve deflação. Esse resultado ocorreu, principalmente, devido às quedas da gasolina (-3,55%) e da energia elétrica (-1,39%). O maior índice foi o da região metropolitana de Salvador (0,80%), em função de altas das frutas (10,10%) e das carnes (4,60%).
Região
Peso Regional (%)
Variação Mensal (%)
Variação acumulada (%)
Dezembro
Janeiro
Ano
12 meses
Salvador
7,35
-0,15
0,80
0,80
4,29
Rio de Janeiro
12,46
-0,11
0,59
0,59
4,24
Belo Horizonte
11,23
-0,25
0,48
0,48
4,18
Belém
4,65
0,27
0,39
0,39
3,19
Porto Alegre
8,40
-0,06
0,27
0,27
4,45
São Paulo
31,68
-0,21
0,21
0,21
3,80
Recife
5,05
-0,20
0,13
0,13
2,78
Goiânia
4,44
-0,21
0,08
0,08
3,19
Brasília
3,46
-0,30
0,07
0,07
3,12
Fortaleza
3,49
-0,05
0,04
0,04
2,72
Curitiba
7,79
-0,23
-0,08
-0,08
3,28
Brasil
100,00
-0,16
0,30
0,30
3,77
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados de 13 de dezembro de 2018 a 15 de janeiro de 2019 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de novembro a 12 de dezembro de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.