Amigos Palestrinos, bom dia.
Final de semana sem jogo do verdão é como ir à casa da Nonna em um domingo e não ter macarronada.
Enquanto aguardamos ansiosos pela chegada da quinta-feira me deparo analisando o momento atual do futebol brasileiro e o europeu, principalmente por ouvirmos diariamente comparações entre os estilos praticados e claro sempre com os elogios debandados para o velho continente e as críticas destinadas a nossos clubes, mas será que a diferença é tanta assim?
A primeira resposta que vem a mente é: SIM, estão anos luz a nossa frente, mas quando começamos a comparar outras situações será que ainda apertaremos verde e confirma para o sim?
Quando eu era criança, sonhava em vestir a camisa do verdão, vibrava ao ver o Jorginho Putinatti jogando, queria jogar como ele, nem ouvíamos falar de Real Madrid, PSG, Manchester City, entre outros, o que interessava mesmo eram nossos clubes e o que eles eram capazes de produzir, lembro-me daquele jogo contra o CRB em 1984 (em plena fila). Jorginho só deu três assistências e fez dois gols, era realmente algo mágico.
Hoje, infelizmente sofremos uma grande lavagem cerebral diária, onde nos são apresentados os milionários clubes europeus como sendo os melhores, com os melhores campeonatos, oras, quero o nome de um campeonato, com exceção do brasileirão, que tenhamos já na primeira rodada pelo menos seis times favoritos ao título e mais três correndo “por fora”. Não conseguimos encontrar não é verdade? Simplesmente porque não existe.
No velho continente os times não precisam se reinventar todo ano, refazendo mais da metade do elenco, aqui por conta da famosa independência financeira os jogadores partem em grande quantidade e mais facilmente. Fica mais fácil quando se perde um Neymar e no mesmo momento contrata Philippe Coutinho, não existe necessidade de sair garimpando novos jogadores, novas promessas para joga-las na fogueira com a obrigação de serem campeões.
Mantendo-se a base do time, fica muito mais fácil para o técnico, afinal o entrosamento é cada vez maior, e assim jogos espetaculares acabam acontecendo, como City x Tottenham, se esse jogo acontece no Brasil, o comentário seria o seguinte: City, jogou como nunca, caiu como sempre. A Juve contra o Ajax foi um time sem criatividade, não conseguiu penetrar na defesa holandesa, assim com o verdão não conseguiu penetrar em algumas defesas esse ano.
Aqui também existem jogos emocionantes, alguns brilhantes, a semifinal do paulista da série A2 entre XV de Piracicaba x Inter de Limeira, foi um ótimo jogo. Da mesma forma, assisto jogos que dão sono nos campeonatos Europeus, mas só ouvimos e nos é mostrado os grandes jogos, ou alguém acha Huesca x Rayo Vallecano um grande jogo?
Até o todo poderoso Real Madrid, teve três técnicos em menos de um ano. Mas isso não acontece só no Brasil? E para resolver?
Foi buscar um técnico que em um passado não muito distante fez sucesso no clube, o mesmo “vício” de nossos dirigentes.
Para não me estender por demais, acredito que a grande diferença esteja na estrutura do futebol de lá, se comparado com o futebol brasileiro, se tivéssemos o mesmo poderio econômico, conseguíssemos manter os jovens talentos, para que na idade de brilharem estivesse vestindo nossas camisas, poderíamos esquecer um pouco da nossa síndrome de vira-latas e fazer frente a qualquer clube europeu, voltando assim, a sonhar em ser o Jorginho Putinatti.
Leandro Santile