Com volta do atendimento presencial nas agências, órgão tem filas e situação aponta fragilidades e necessidade do novo concurso INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Necessidade do novo concurso INSS
Parte das agências do INSS começaram a retomar os atendimentos presenciais no dia 14 de setembro. Mas, apesar das restrições e agendamentos, as unidades tiveram filas e perícias suspensas.
Toda essa situação evidencia a fragilidade do Instituto Nacional do Seguro Social, tanto em questões estruturais quanto de recursos humanos. Vários segurados que estavam com atendimento marcado não foram atendidos.
Um dos problemas foi a falha na comunicação. Após as perícias serem suspensas, a autarquia federal não conseguiu avisar a todos que estavam com atendimento marcado antes que eles chegassem nas agências.
Em entrevista concedida, o presidente do INSS, Leonardo Rolim, se desculpou pelo ocorrido e reconheceu a falha nos processos de comunicação.
No entanto, isso mostrou como o INSS ainda depende dos processos e atendimentos presenciais e como os serviços prestados apenas de forma remota não são o suficiente.
Seja por falhas tecnológicas ou mesmo por falhas humanas. Afinal, a maior parte dos segurados são pessoas com mais idade e muitos não sabem usar as ferramentas digitais.
E também, por parte do INSS, o quadro reduzido de servidores prejudica o gerenciamento desses atendimentos de forma adequada. O último concurso INSS foi realizado em 2015 e estima-se um deficit superior a 20 mil cargos.
Foi informado pelo órgão, que vai realizar um redimensionamento do quadro de servidores até o mês de maio de 2021, de modo que um edital para efetivos possa ser estudado para sair no ano seguinte.
O último pedido de concurso INSS foi encaminhado no ano de 2018, solicitando o provimento de cerca de 10.000 vagas, sendo mais de 2.000 vagas referente ao certame anterior (que ainda estava vigente na época, mas já perdeu a validade) e 7.888 vagas em um novo edital.
Pandemia mostra a real necessidade do concurso INSS
Há anos é discutida a necessidade de realização do concurso INSS, já que a autarquia sofre com deficit muito grande de servidores. Mas a pandemia da Covid-19, evidenciou ainda mais os problemas no órgão.
Um deles é o envelhecimento do quadro de pessoal. Um a cada cinco servidores do Instituto já atingiram a idade para pedir aposentadoria e podem fazer isso no próximo período, no ano de 2021.
O resultado disso é que muitos dos profissionais do quadro, com idade mais avançada, estão no grupo de risco da Covid-19. E isso refletiu até mesmo nas decisões sobre retomada do trabalho presencial.
Isso somado ao cenário de urgência da pandemia, que não permitiu tempo para adaptação em nenhuma área, aumentou a sobrecarga de trabalho, que já era grande e ficou ainda mais intensa.
Com uma vacância estimada em mais de 20 mil cargos vagos, os servidores do INSS vêm trabalhando desde o ano passado para normalizar a fila de benefícios, que já chegou a atingir 2 milhões.