O presidente Jair Bolsonaro reforçou nesta quinta-feira (7) o discurso do colega norte-americano Donald Trump dizendo que houve fraude na eleição dos Estados Unidos. E deixou no ar uma análise preocupante: “Se nós não tivermos voto impresso em 2022, vamos ter problemas maiores que os Estados Unidos”.
Sem apresentar provas, assim como faz seu amigo Trump, Bolsonaro enumerou supostas irregularidades no processo eleitoral americano. “Houve gente que votou três, quatro vezes, mortos votaram, foi uma festa lá, ninguém pode negar isso aí”, disse Bolsonaro a apoiadores na frente do Palácio da Alvorada.
Segundo o presidente, a falta de confiança no voto levou à invasão do Congresso e à revolta dos defensores do atual presidente, derrotado nas eleições de novembro pelo democrata Joe Biden.
O líder brasileiro também criticou a punição imposta pelo Twitter ao chefe do Executivo americano. “Hoje nos Estados Unidos bloquearam o Trump nas redes sociais. Um presidente eleito, que ainda é presidente”, reclamou.
Vacinas e transatlântico
O presidente chegou ao cercadinho onde ficam seus apoiadores perguntando quantos deles pensavam em tomar a vacina contra a covid-19. Três das 28 pessoas disseram sim. “Não estou fazendo campanha nem contra nem a favor”, justificou.
“Pelo que eu sei, menos da metade vai tomar a vacina”, comentou Bolsonaro, que explicou fazer a mesma pergunta em todo lugar que vai.
Nesse momento, um apoiador brincou: “Deixa a esquerda tomar primeiro”.
Na visão do presidente, “a vacina se é emergencial, ela não tem segurança ainda”. Por isso defende a não obrigatoriedade da imunização. “Mas quem quiser tomar, em janeiro ela vai estar à disposição”, disse, em referência à carga com dois milhões de doses que deve chegar da Índia com os imunizantes desenvolvidos pela Universidade de Oxford.
Ele declarou também que vai ter seringa para todo mundo, ao contrário do que diz a imprensa, novamente alvo do presidente, que chegou a defender um boicote à TV Globo em uma de suas falas.
“Nós [governo federal] fizemos a nossa parte, mas a imprensa não fez a parte dela. Levou o terror na questão do vírus e não ajudou a preservar os empregos.”
Por fim, Bolsonaro fez um novo desabafo, em uma semana na qual começou dizendo que o país está quebrado e não tinha como fazer nada.
Ele comentou que cobram agilidade de seu governo, e isso é impossível, de acordo com o presidente. “Não dá pra mudar um navio de curso rapidamente, dar um cavalo de pau num transatlântico.”
Fonte:R7