As estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgadas nesta quinta-feira (04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que em 2019, dos mais de 12 mil casamentos registrados em Rondônia, em 815 deles, a mulher tinha até 17 anos, e em 43, os homens eram menores de idade.
Estes números colocam Rondônia como a Unidade Federativa (UF) que, proporcionalmente, mais ocorrem casamentos com cônjuges femininos com até 17 anos, atingindo o percentual de 6,4% enquanto o país teve 2,1% dos casamentos com mulheres menores de idade. Acre e Maranhão ocupam a segunda posição, com 3,9% dos casamentos com mulheres menores de idade.
Em contrapartida, em 2019, Rondônia foi o estado da Região Norte com menor taxa de fecundidade de mulheres de 15 a 19 anos, com 69,7 nascimentos a cada mil mulheres nesta faixa etária. As cinco primeiras posições no ranking brasileiro são ocupadas por estados nortistas: Amazonas (93,2), Acre (88,5), Roraima (88,3), Amapá (84,7) e Pará (83,8). Tocantins ocupa a sétima posição, com 76,1. No ranking brasileiro, Rondônia está na 11ª posição.
Também foi possível observar que a probabilidade de uma criança morrer antes de completar cinco anos é maior entre os meninos que entre as meninas. Enquanto no Brasil, a taxa geral, em 2019, foi de 14 a cada mil nascidos vivos, entre os meninos este número foi de 15,1 e entre as meninas foi de 12,8.
Rondônia registrou a segunda pior probabilidade do país de uma criança morrer antes de completar cinco anos, ficando atrás apenas do Amapá. As taxas rondonienses entre os meninos foram 23,4 mortes a cada mil nascidos vivos e entre as meninas foram 21 mortes a cada mil nascidas vivas, enquanto 26,4 meninos e 25,5 das meninas amapaenses a cada mil nascidos vivos tinham chance de morrer antes dos cincos anos.
O estudo mostrou ainda que Rondônia tem a menor expectativa de vida aos 60 anos. Uma pessoa rondoniense que completa 60 anos tem expectativa média de viver mais 19,7 anos. Porém, quando separados os gêneros, Rondônia apresenta a segunda menor expectativa de vida tanto para homens quanto para mulheres: 18,4 anos a mais para eles e 21,2 anos para elas. Piauí foi o estado com menor expectativa de vida para os homens que completam 60 anos (17,9 anos) e Roraima registrou a menor taxa entre as mulheres (21,1).
As Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil é uma compilação de informações de pesquisas do IBGE e de fontes externas, como Ministério da Saúde, Congresso Nacional, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Taxa de desocupação é maior entre as mulheres que entre homens
As estatísticas de gênero também revelam que a desocupação é maior entre as mulheres que entre os homens e entre as pessoas pretas ou pardas que entre as brancas. Em 2019, a taxa geral de desocupação em Rondônia foi 8,1%, mas ocorreu uma diferença de 3,7 p.p entre homens e mulheres. Eles registraram 6,5% e elas de 10,2% de desocupação. A maior diferença entre gêneros foi registrada no Amazonas (8,4 p.p) e a menor ocorreu no Piauí (0,7 p.p).
Quando considerada cor ou raça, Rondônia é a única UF em que as mulheres brancas apresentam taxa maior de desocupação que as mulheres pretas ou pardas. Entre as brancas, o índice foi de 11,6% e entre as pretas ou pardas, foi de 9,8%. No Brasil, a desocupação era de 11% entre as mulheres brancas e de 16,8% entre as pretas ou pardas.
Aumenta número de horas dedicadas aos afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas
Entre 2018 e 2019, houve um aumento da média de horas dedicadas aos afazeres domésticos e/ou cuidados de pessoas em 7,5% na população rondoniense com mais de 14 anos. Enquanto em 2018 eram dedicadas 15,3 horas semanais em média, este número foi de 16,5 horas semanais em 2019.
Apesar de ter ocorrido um aumento maior entre os homens (9,5%), as mulheres continuam dedicando mais horas a estes tipos de atividades. Elas apresentaram um aumento de 7,7%, totalizando 21 horas semanais em 2019 à medida que homens totalizaram 11,2 horas semanais.
As diferenças por gênero também ocorrem quando considerada a cor ou raça. Em Rondônia, no ano de 2019, um homem branco dedicou cerca de 10,4 horas semanais aos afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas, enquanto uma mulher branca atingiu a média de 20 horas semanais. Entre as pessoas pretas ou pardas, a diferença foi um pouco maior: os homens trabalharam nestes tipos de atividades 11,4 horas semanais e as mulheres ocuparam-se 21,4 horas semanais.
Também ocorreu aumento de horas dedicadas aos afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas entre as pessoas com mais de 14 anos e ocupadas na semana de referência. Em 2018, a média rondoniense era de 12,6 horas semanais, passando para 13,3 em 2019.
Mulheres são minoria na docência do ensino superior em 21 UFs
Quando o assunto é a presença de mulheres na docência do ensino superior, em 2019, elas ainda eram minoria em 21 UFs, sendo que a maior proporção foi registrada na Bahia, onde elas eram 51,8% do quadro de professores, e que a menor ocorreu em São Paulo, onde 43,4% dos docentes são do sexo feminino. Em Rondônia, as mulheres representaram 48,8% dos docentes.
Também foi possível observar que houve um aumento na proporção de mulheres na docência do ensino superior em 24 UFs entre 2015 e 2019, que variaram de 0,2 p.p (Tocantins) a 3,3 p.p (Distrito Federal). Em Rondônia, o aumento foi de 1,2 p.p, assim como, Goiás, Pará e Paraná. Amazonas (0,3 p.p), Acre (0,4 p.p) e Piauí (0,9 p.p) tiveram redução na proporção de mulheres entre os professores.
Menos de 15% das cadeiras da Câmara de Deputados são ocupadas por mulheres
A pesquisa mostra ainda como foi a participação das mulheres na política no ano 2020. Das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados, 76 eram ocupadas por mulheres, representando 14,8% do total de vagas. Rondônia e Amapá, com três mulheres eleitas em cada estado, tinham a quarta maior proporção de participação feminina em suas bancadas: 37,5%.
Acre e Distrito Federal foram as UFs com maiores proporções de mulheres: 50% de suas vagas, enquanto Pernambuco foi o estado com menor proporção: apenas 4%. Amazonas, Maranhão e Sergipe não tiveram mulheres eleitas para o cargo.
A proporção de mulheres eleitas para o cargo de vereadora é um pouco maior que para deputada federal: 16% em todo o país. Rondônia apresentou a terceira menor proporção de mulheres nas Câmara de Vereadores: 11,5%, ficando atrás de Rio de Janeiro (9,8%) e Espírito Santo (9,9%). O estado com maior proporção foi o Rio Grande do Norte, onde 21,8% dos eleitos são do sexo feminino.
Fonte:Assessoria