Encontrada pela primeira vez por botânicos em 1982, a Coccoloba (Coccoloba gigantifolia) produz a maior folha encontrada do mundo. Durante uma expedição do Projeto Flora Amazônica e realizada pelo botânico Carlos Alberto Cid Ferreira, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), registrou no ano de 1982 a árvore das folhas gigantescas encontrada na bacia do Rio Madeira entre os estados do Amazonas e Rondônia.
“A Coccoloba gigantifolia é a maior dicotiledônea do mundo. E só encontrei poucas árvores na bacia do Madeira, em quatro localidades. A maior [folha catalogada] está no herbário da Casa da Ciência, em Manaus, e mede 2,5 por 1,44 metros. Não conhecemos uma planta com essa envergadura toda no Mundo” afirma Ferreira.
Carlos Ferreira juntamente com a professora Efigênia de Melo (Universidade Estadual de Feira de Santana-BA) e o pesquisador Rogério Gribel (Inpa) publicaram na Acta Amazonica no dia 4 de novembro de 2019, o artigo “Uma nova espécie de Coccoloba P. Browne (Polygonaceae) da Amazônia brasileira com folhas excepcionalmente grandes”, onde eles explicam os processos e métodos da descoberta.
Nos primeiros anos da descoberta, houveram dificuldades de coletar materiais para estudo, como flores e frutos além de suas folhas serem grandes demais para serem desidratadas e transportadas até Manaus. Foi apenas no ano de 1993 que os botânicos Cid Ferreira e Rogério Gribel conseguiram coletar duas folhas grandes de uma árvore em Rondônia. Em 2005, encontraram sementes da espécie na Floresta Nacional de Jamari, em Rondônia. Com isso, elas foram plantadas e cultivadas na Coordenação de Ciências Agronômicas do Inpa. Após 13 anos, uma das plantas floriu e frutificou no ano de 2018 e a partir disso foi possível encerrar o processo de identificação da espécie.
Chegando a 2,50 metros de altura e 1,44 m de largura na fase adulta, a folha da Coccoloba gigantifolia entrou em 1997 para o Guinness Book como a maior folha dicotiledônea já registrada, marca que permanece até hoje.
Os exemplares da folha de Coccoloba podem ser encontrados no Bosque da Ciência e no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) para exposição.
Fonte:Portal Amazônia