Saudações corinthianas! Fui ao Pacaembu em todos os 7 jogos da Libertadores 2012, mas, sem dúvidas, minha melhor história é da final, dia 04/07/2012, vulgo “melhor dia da minha vida”.
Não consegui dormir. Uma semana antes, no dia de meu aniversário, Romarinho havia me dado o melhor presente do mundo, com um gol na Bombonera, mas faltava um detalhe, que, ao levantar naquele 4 de julho, já estava certo que viria. Eu senti que aquele dia era especial. Fui trabalhar cheio de sono, mas cheio de esperança. Não consegui me concentrar, pedindo desculpas aos meus colegas, pois só tinha cabeça no jogo.
Mal consegui comer no almoço e, ao final do expediente, peguei minha mochila, minha bandeira e fui rumo ao estádio, sem escala. Vestido de social da cabeça aos pés, ao sair do metrô Clínicas, andei até a esquina do cemitério e, ao começar a descer a ladeira, percebi que estava sozinho. Como estava de fone de ouvido, conectado na rádio para ouvir as notícias do jogo, não me atentei que a PM havia feito uma barreira para ninguém passar. Eu passei, sem querer, e fui descendo a ladeira literalmente sozinho. Não havia torcedores, nem carros estacionados, nem vendedores ambulantes. Era só eu. Olhei para o céu e contei 7 helicópteros voando em círculo, um atrás do outro. Ali mesmo comecei a chorar de emoção. Cheguei no Tobogã, entrei e desci lá para as primeiras fileiras. Ali fiquei durante todo o jogo. Pra minha sorte, ambos gols foram do meu lado. O clima pré-jogo foi o mais espetacular que já vivi. Impossível descrever.
No primeiro gol do Sheik, eu sai correndo, literalmente, no meio da torcida. Como era muito obeso, atropelei dezenas de pessoas, que caíram no chão. Entrei num estado de espírito único! Já estava rouco de cantar e gritar quando o Emerson fez o segundo gol. Ali eu sentei no chão e comecei a chorar copiosamente, com as mãos no rosto.
Meu irmão me ligou na mesma hora e choramos juntos (e estou emocionado só de lembrar, escrevendo esse texto). No apito final, depois do Alessandro erguer a taça, eu saí correndo em disparada rumo à Av. Paulista. Catarse! Cheguei à Consolação, me juntei a alguns torcedores e, ali, fiz uma loucura: andei de joelhos até o MASP, na contramão da Av. Paulista, na faixa da esquerda. Mesmo obeso, suado, cansado, rouco…eu tirei forças e fui. No MASP, eu saí correndo em disparada até a Brigadeiro. Em frente ao número 900 da avenida, um grande grupo de corinthianos estavam abraçados.
Me juntei a eles e logo percebi que estava abraçando meu irmão, sem combinarmos nada. Destino. Voltamos pra casa por volta de 4 horas da manhã, acendemos a churrasqueira, revimos a partida pela TV, comemoramos muito e, sem dormir, às 9 horas, retornei ao trabalho normalmente e cumpri com minhas obrigações. Foi o melhor dia da minha vida! Simples assim. De lá pra cá, fui em quase todos os jogos em casa do Corinthians e nunca me arrependi. Sou apenas mais um louco do bando, mas, naquele dia, eu garanto que fui o mais feliz e realizado. Obrigado, Timão!