domingo, 6 julho, 2025
No Result
View All Result
Folha Nobre
  • Todas Notícias
  • Rondônia
  • PodCast
  • Expediente
Folha Nobre
No Result
View All Result
Folha Nobre
No Result
View All Result

Em Rondônia: Real Forte Príncipe Da Beira, a maior edificação militar portuguesa construída fora da Europa

03/08/2022
in Rondônia
Em Rondônia: Real Forte Príncipe Da Beira, a maior edificação militar portuguesa construída fora da Europa

Localizado na margem direita do rio Guaporé, no município de Costa Marques, em Rondônia, o Real Forte Príncipe da Beira é considerado a maior edificação militar portuguesa construída fora da Europa.

Inaugurado em 20 de agosto de 1783, o Forte foi construído com o objetivo de mostrar a consolidação do domínio português naquela área e batizado em homenagem a Dom José de Bragança, o Príncipe da Beira, filho da Rainha D. Maria I. Com o acordo do Tratado de Madrid, em 1750, e outro encontrado em Mato Grosso, algumas fortificações foram construídas nas margens do rio das fronteiras, entre elas estaria o Forte Príncipe da Beira.

O Tratado de Madrid foi um acordo diplomático entre Portugal e Espanha, assinado no ano de 1750, no qual deveria por fim as disputas territoriais entre os dois países na região da América.

O acordo de certa forma beneficiou Portugal, fazendo com que o seu controle se expandisse consideravelmente. Na região que abrange Bolívia, Paraguai e Argentina havia muitas missões jesuítas espanholas que circulavam a região e tiveram várias invasões e ataques.

Apesar do tratado, os espanhóis tentaram reconquistar a área da antiga missão espanhola de Santa Rosa, na margem direita do Rio Guaporé, onde fica localizado o município de Costa Marques.

Os governadores de Mato Grosso construíram fortificações na área, mas elas foram destruídas pelas incursões espanholas e por uma enchente no Rio, no ano de 1771. Por determinação de Portugal, o Governador do Mato Grosso, Luis de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, com a ajuda do engenheiro Domingos Sambuceti, explorou a região, em 1773, em busca de um local mais seguro, para a construção de uma fortaleza.

Sambuceti era um engenheiro, natural de Gênova (Itália), a serviço de Portugal, que havia participado das construções das fortalezas de Gurupá, Santarém, Almerim e de Macapá. O local foi encontrado, dois quilômetros abaixo, na margem direita do Rio Guaporé.

Em 1775, o Plano do Forte Príncipe da Beira começou a ser elaborado, em estilo Vauban. Dirigida por Sambuceti, a obra começou em 20 de junho de 1776, quando foi colocada a pedra fundamental, e foi inaugurada em 20 de agosto de 1783. Durante a construção, o projeto foi alterado diversas vezes e, de acordo com os livros do historiador Lourismar Barroso, o Forte foi construído com mão de obra de brancos, escravos e indígenas. Centenas de pessoas morreram durante as obras, principalmente de malária.

O Forte era basicamente uma cidade de pedra, onde estima-se que 800 pessoas lá viviam. Ele foi assentado em um terrapleno (terreno em que se encheu uma depressão ou cavidade, tornando-o plano), a cerca de dez metros da barranca do Rio.

Suas muralhas eram de sólida cantaria, com 10 metros de altura, com 970 metros de perímetro e 4 baluartes armados com 14 canhoneiras cada. Os edifícios no interior do Forte abrigavam os quartéis da guarnição, armazéns, hospital, prisão, capela, cisterna e paiol subterrâneo. O acesso era feito por uma ponte levadiça sobre um fosso com águas do Rio.

O primeiro comandante do Forte foi o Capitão de Dragões José de Melo de Souza Castro e Vilhena. Após a Proclamação da República, em 1889, o Forte deixou de receber assistência do governo. Ele foi abandonado e saqueado nos anos seguintes. De acordo com Sílvio do Nascimento, autor de um dos livros que fala sobre o Forte Príncipe da Beira¹, publicado em 2013, conta que o abandono ocorreu em 1895 e que canhões e um grande sino de bronze foram levados. As margens do Rio Guaporé continuaram sendo exploradas por seringueiros, principalmente bolivianos.

Equipamentos do Forte foram encontrados na Bolívia. Sob a guarda do Exército desde a década de 30, só no dia 7 de agosto de 1950, o Real Forte Príncipe da Beira foi tombado como Bem Patrimonial da União, inscrito no Arquivo Noronha Santos, sob o número 281, assentado no Livro Tombo Histórico.

Atualmente, o Real Forte Príncipe da Beira integra a lista dos 19 Fortes, candidatos a Patrimônio Mundial, como Bem Seriado, cujo conjunto “representa as inúmeras construções defensivas implantadas no território nacional, nos pontos que serviram para definir as fronteiras marítimas e fluviais do Brasil”. ¹NASCIMENTO, S. M. . REAL FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA: H istória e estórias do imaginário popular no Vale do Guaporé. Labirinto (UNIR) , v. 13, p. 113-124, 2013. Por KARINA PINHEIRO

Podcast

Folha Nobre - Desde 2013 - ©

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In

Add New Playlist

No Result
View All Result
  • Todas Notícias
  • Rondônia
  • PodCast
  • Expediente

Folha Nobre - Desde 2013 - ©

Este site usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies. Visite a página Política de Privacidade.