O governo do Acre, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi), está atuando de forma integrada com diversas instituições e secretarias de Estado para garantir acolhimento às famílias indígenas atingidas pela cheia.
Em Rio Branco, foram atingidos os Huni Kui e Jaminawa de contexto urbano e, em Brasileia, os Jaminawa de contexto urbano. Já em Assis Brasil, os Manchineri foram atingidos, tanto os aldeados quanto os de contexto urbano.
O governador Gladson Cameli, a vice-governadora Mailza e vários secretários de Estado estiveram na região para acompanhar a situação e confirmar o apoio do Poder Executivo à população prejudicada pela enchente.
A secretária de Meio Ambiente e das Políticas Indígenas, Julie Messias, relatou que, frente à situação dos povos indígenas neste momento, foram chamadas, para somar esforços, instituições federais e estaduais que atuam na pauta, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasd) e o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).
“O primeiro passo foi identificar a situação dos indígenas atingidos e estabelecer um diagnóstico. [Nossos parceiros] aceitaram de imediato o convite e estamos juntos nessa força-tarefa”, afirmou Julie.
A diretora Indígena da Semapi, Nedina Yawanawá, explicou que foi instalada uma sala de situação com os órgãos de competência indígena para atuar nas ações emergenciais.
O apoio para donativos é uma parceria com a Secretaria de Agricultura (Seagri), Instituto de Educação Profissional e Tecnológica (Iepte), Secretaria de Justiça (Sejusp), Bombeiros, Secretaria de Estado de Governo (Segov), Casa Civil, SEADH, Cerimonial do Governo, Defesa Civil, Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seitc), representantes das Defesas Civil municipal, estadual e do Poder Judiciário.
“Os abrigos possuem atendimento diferenciado nas questões culturais porque temos que adequar a alimentação. Alguns abrigos têm intérpretes que traduzem a língua, porque alguns não entendem oi português. Nos preocupamos também com a questão da alimentação, em colocar o mesmo povo em um só lugar, além de uma pessoa para dar apoio e suporte”, explicou a diretora.
Abrigos e equipes
São três abrigos disponibilizados, sendo um só para indígenas em Rio Branco, um em Assis Brasil e um em Brasiléia, os três com atendimentos voltados para a cultura indígena
Foram montadas equipes em Rio Branco, duas para Brasiléia e outra enviada para Assis Brasil. “Essas equipes foram montadas para fazer um diagnóstico da situação para que a gente possa elaborar o plano durante a alagação e pós-alagação. Essa ação integrada é justamente para garantirmos essa assistência aos nossos povos indígenas de contexto urbano e aldeados que estão desabrigados no estado”, complementou a diretora indígena.
O cacique Ninawá Huni Kui, que está à frente da Sesai, disse que a equipe está dando apoio e atuando em conjunto com a Semapi.
“Nos colocamos à disposição e estamos atuando e dando suporte, com medicamentos, , parceria, conseguimos viaturas para o deslocamento dos povos. Hoje tivemos um representante dos Ministério dos Povos Indígenas e falamos para ele a preocupação também no pós-cheia, pois nesse período temos que ver a questão da água, os alimentos são perdidos por causa das plantações e também em questão da análise da água”, disse.
O líder parabenizou o governo do Estado, em nome da secretária Julie, pela frente de trabalho e acolhimento aos povos.
“Eu, enquanto movimento social indígena, nunca tinha presenciado uma força- tarefa tão conjunta e desse tipo, está sendo muito importante para os nossos povos”, complementou.
Secretária de Meio Ambiente e das Políticas Indígenas, Julie Messias, visita abrigo de Brasileia. Foto: Alexandre Cruz-Noronha