A comissão especial sobre violência obstétrica e morte materna da Câmara dos Deputados realiza nova audiência pública nesta terça-feira (25), a pedido da relatora, deputada Any Ortiz (Cidadania-RS).
A parlamentar explica que violência obstétrica inclui os abusos sofridos por mulheres quando procuram serviços de saúde durante a gestação, na hora do parto ou no pós-parto. “Os maus tratos podem incluir violência física ou psicológica”, ressalta Any, e está relacionada ao trabalho de profissionais de saúde e a falhas estruturais de clínicas e hospitais.
A deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) acrescenta que “são crescentes os relatos de maus tratos por parte de membros dos serviços de saúde de todos os níveis, indo desde tratamento rude até violência física”.
Já a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) cita uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo, segundo a qual uma em cada quatro mulheres brasileiras é vítima de violência no momento do parto ou pré-natal. “Em países como a Argentina e a Venezuela, a violência obstétrica é reconhecida como um crime cometido contra as mulheres”, compara Sâmia.
“A prática de violência obstétrica é uma triste realidade no Brasil”, lamenta Any Ortiz. “Entretanto, o conceito de violência obstétrica construído até hoje não é tipificado, definido e caracterizado claramente”, lamenta.
Para discutir uma definição mais precisa para esse conceito, foram convidados, entre outros:
– a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Maria do Carmo Leal, que tem estudos publicados sobre o assunto;
– o coordenador de Família, Gênero e Curso de Vida da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) no Brasil, Ariel Karolinski;
– o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Fábio Baccheretti.
A audiência será realizada no plenário 7, a partir das 15 horas.