Garantia de oportunidades, capacitação de pais e responsáveis e respeito à diversidade foram os pleitos apresentados pelos participantes da audiência pública realizada pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (27), para comemorar o Dia do Orgulho Autista.
A data, celebrada em 18 de junho, busca garantir o protagonismo dos autistas na defesa dos seus direitos.
A deputada Erika Kokay (PT-DF), que pediu a realização do debate, defendeu o fim do capacitismo estrutural como forma de garantir os direitos plenos dos autistas. “Quem disse que tem que se determinar como nós somos, como nós falamos? A sociedade é deficiente quando não permite que as pessoas possam se expressar com sua singularidade”, disse a parlamentar.
“Pessoas autistas são parte da diversidade humana e da humanidade. Nós também queremos ser celebrados e valorizados”, reforçou a representante da Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo (Abraça) Fernanda Santana.
“Precisamos de compreensão, de respeito e da garantia de oportunidades em igualdade de condições com as outras pessoas”, acrescentou Fernanda, ressaltando que essa igualdade implica em acessibilidade, adaptações razoáveis, apoios e serviços.
Capacitação de pais
Já Paula de Luca, representante do Grupo Ilha Azul (associação de pais, familiares e amigos de pessoas com transtorno do espectro autista), afirmou que é preciso capacitar os pais para a realização das terapias que fazem toda a diferença na vida do autista.
“Quando os pais ou responsáveis são treinados para lidar com essas pessoas autistas eles conseguem evoluir muito mais porque não adianta só a terapia na clínica”, alertou Paula.
A servidora do Ministério dos Direitos Humanos Roselene Alves, que é autista e atualmente faz doutorado na Universidade de Brasília, corroborou a importância dessas terapias. “A minha família me estimulou muito, ela não me tratou como um fardo. Quando a pessoa com deficiência, principalmente a pessoa autista, tem um suporte mínimo, ela vai longe”, disse Roselene.
Por fim, a presidente da Comissão dos Direitos do Autista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Larissa Argenta, lembrou que já existe legislação que garante os direitos dos autistas (Lei 12.764/12), mas é preciso que as políticas públicas sejam implementadas.