Com mais de dois mil quilômetros de fronteira com a Bolívia e o Peru, o Acre tem todo o seu território localizado na Floresta Amazônica e banhado por bacias hidrográficas, sendo que tais fronteiras se encontram nessas áreas secas e molhadas, característica que funciona como isolamento natural dos municípios, um desafio para a atuação da Segurança Pública, no combate ao crime no estado.
Visando à capacitação das forças especiais no combate à criminalidade nos limites territoriais, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) realizou na manhã desta terça-feira, 9, a aula inaugural do Curso de Unidades Especializadas de Fronteira (Cuef) no Palácio da Justiça, em Rio Branco.
O curso, que está em sua 17ª edição, acontece nos Estados que possuem fronteiras, e este ano, o Acre foi escolhido como sede para o evento, que se estende até o dia 22 de julho e tem como como objetivo propiciar aos profissionais das áreas de defesa, inteligência, fiscalização e controle aduaneiro as competências necessárias para que possam realizar suas atividades com mais qualificação, exercendo medidas preventivas e repressivas aos ilícitos que ameaçam as regiões fronteiriças.
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O titular da Sejusp, coronel José Américo Gaia, destacou que “essa capacitação é uma medida de enfrentamento aos crimes de fronteiras, com operadores cada vez mais preparados para atuarem nas extensas faixas que cobrem o estado, áreas de fronteiras secas e molhadas”.
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O coordenador do curso, capitão Edson Queiroz, explicou que a expectativa é que, ao fim do treinamento, os discentes estejam melhor preparados para prevenir e reprimir os delitos fronteiriços, com o aprimoramento de suas habilidades técnicas e estratégicas, bem como fortalecer a cooperação entre os estados participantes do treinamento.
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“O curso conta com carga de 104 horas, com disciplinas teóricas e práticas, que abrangem de forma específica matérias que são inerentes ao combate dos crimes típicos de fronteira”, esclareceu.
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O curso contará com a presença de operadores de Segurança Pública do Acre e também com a participação de dez policiais de outros cinco estados: Rondônia, que faz fronteira com a Bolívia; Goiás; Tocantins; Amapá, que faz fronteira com a Guiana Francesa e o Suriname; e Roraima, que faz fronteira com a Guiana e a Venezuela.
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Aluno e major da Polícia Militar do Amapá, Aldoney Alexandre de Lima afirma que seu estado foi agraciado com uma vaga em nível nacional do curso de fronteiras e que é uma grande oportunidade de integração de conhecimentos entre os estados.
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“Sabemos que os problemas das fronteiras são uma realidade por conta do tráfico que vem dos países externos. No meu estado essa é uma realidade, pois fazemos fronteira com a Guiana Francesa e o Suriname, então é de suma importância vir, adquirir esse conhecimento no Estado do Acre, que já tem referência nessa modalidade de policiamento”, disse.
O curso é composto por 14 disciplinas, sendo as primeiras: Gestão da Informação em Segurança Pública; Técnicas de Imobilização e Condução; Atendimento Pré-Hospitalar Tático; Identificação Veicular e Principais Fraudes Associadas e Procedimentos Frente a Ocorrências Fronteiriças.
O Cuef é uma iniciativa da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
- Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
- Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp
- Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp