A reeleição de Donald Trump em 2024 marca um momento de grande relevância para a política global, e seus reflexos são sentidos também no Brasil. Além de fortalecer as pautas conservadoras nos Estados Unidos, a vitória de Trump tem potencial para impactar diretamente o cenário político brasileiro, impulsionando o retorno da direita ao poder em 2026, com figuras como Jair Bolsonaro e seu círculo próximo observando de perto esses desdobramentos.
Durante a contagem dos votos, Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho de Jair Bolsonaro, esteve presente nos Estados Unidos, acompanhando o processo ao lado de Trump. A proximidade entre os Bolsonaro e Trump vai além da mera simpatia política; ela reflete uma afinidade ideológica que enxerga nos valores nacionalistas e conservadores uma visão compartilhada para ambos os países. Eduardo Bolsonaro não só reforçou sua conexão com a família Trump, mas também demonstrou o apoio do clã Bolsonaro a uma possível retomada do poder pela direita brasileira em 2026.
Relações econômicas e prioridades comuns
A vitória de Trump reforça a visão de um protecionismo econômico e nacionalismo que agrada aos conservadores brasileiros. Com Trump novamente na presidência, os Estados Unidos devem adotar políticas que protejam seus setores internos, priorizando empregos e a produção americana. Esse movimento encontra eco entre os eleitores de Jair Bolsonaro, que veem na autonomia econômica e na redução de dependência do exterior um caminho para o fortalecimento do Brasil. O desafio, porém, se encontra na pressão sobre setores brasileiros que dependem das exportações para os EUA, como o agronegócio, que pode enfrentar barreiras tarifárias em uma nova era de “América Primeiro”.
Influência e aprofundamento da aliança política
Politicamente, a relação entre os Bolsonaro e Trump sugere uma aliança estratégica. Em seu primeiro mandato, Trump se mostrou favorável ao Brasil, elevando-o ao status de aliado extra-OTAN e incentivando acordos de cooperação. Esse fortalecimento das relações militares e diplomáticas entre os dois países pode se tornar um ponto de apoio para uma futura candidatura de Jair Bolsonaro, que, caso se lance para as eleições de 2026, terá o respaldo de uma das principais potências do mundo.
Impacto na campanha eleitoral brasileira de 2026
O retorno de Trump à Casa Branca pode influenciar profundamente a campanha de Bolsonaro ou de qualquer candidato apoiado pela direita conservadora brasileira. O estilo de campanha baseado na narrativa de defesa da “nação acima de tudo”, a favor da economia interna e com foco em valores tradicionais, poderá ser novamente explorado. A pauta de defesa de fronteiras, segurança e soberania, temas recorrentes nas campanhas de Trump e Bolsonaro, tende a mobilizar o eleitorado brasileiro conservador, inspirando-se na vitória americana.
Possíveis consequências para a diplomacia e alinhamento ideológico
Além disso, o impacto da reeleição de Trump pode colocar o Brasil em uma posição desafiadora nas relações internacionais, especialmente em temas como mudanças climáticas e direitos humanos. Assim como Trump, Bolsonaro e seu círculo adotam uma postura cética em relação a políticas ambientais globais, preferindo políticas soberanas. Com Trump no poder, o Brasil poderá encontrar respaldo para manter uma posição independente e menos influenciada pela pressão europeia em pautas ambientais, o que agradaria sua base de apoio e investidores do agronegócio.
O retorno de Trump fortalece as aspirações da direita no Brasil e alimenta o discurso de figuras como Jair Bolsonaro, que observa de perto os movimentos de seu aliado americano. A conexão entre ambos sugere um apoio internacional que pode influenciar a política brasileira nos próximos anos. Em um cenário polarizado e com 2026 no horizonte, a vitória de Trump pode ser o combustível necessário para uma rearticulação da direita brasileira, preparando o terreno para um novo capítulo na política nacional, inspirado nas vitórias de seu principal aliado nos Estados Unidos.