A Coordenadoria de Polícia Comunitária e Direitos Humanos (CPCDH) da Polícia Militar do Acre (PMAC) lançou o projeto “Aruana”, com o objetivo de prevenir a violência nas escolas acreanas. A iniciativa é realizada em parceria com a Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE) e envolve toda a comunidade escolar: alunos, pais, professores, coordenadores e gestores. As ações preventivas começaram nesta quarta-feira, 16.
“Aruana” é uma palavra de origem tupi-guarani que significa “sentinela” e remete ao papel da PMAC nas escolas, onde os policiais atuam como guardiões e promotores de uma cultura de paz. O projeto foi estruturado em três fases, desenvolvidas em conjunto com a SEE. As duas primeiras etapas incluíram a capacitação de policiais, coordenadores e gestores, e a terceira foi iniciada com a realização de ações preventivas nas unidades escolares.
Bullying e cyberbullying
Durante a capacitação, realizada na terça-feira, 15, os policiais da CPCDH ministraram palestras sobre bullying e cyberbullying, abordando as consequências dessas práticas no ambiente escolar. Esses comportamentos passaram a ser tipificados no Código Penal com a promulgação da Lei nº 14.811/2024.
Também foram discutidos os riscos da disseminação de informações sobre ataques violentos em instituições de ensino, especialmente quando os autores tenham sido vítimas de bullying. A orientação é evitar a divulgação desses casos para inibir o chamado efeito copycat (efeito imitação), que consiste na repetição de atos violentos motivada pela exposição pública de incidentes semelhantes.
O secretário adjunto de Educação do Acre, Reginaldo Prates, ressaltou a relevância da parceria com a PMAC. “A Polícia Militar é uma das nossas principais aliadas no enfrentamento da violência escolar. Queremos que os alunos ingressem em um sistema de ensino seguro e que os pais sintam confiança em deixar seus filhos sob nossos cuidados, com a certeza de que o Estado trabalha pela proteção das nossas escolas”, afirmou.

A comandante-geral da PMAC, coronel Marta Renata, também destacou o compromisso da instituição com o fortalecimento do policiamento escolar. “Os resultados dessa iniciativa impactam diretamente a vida da comunidade, pois é essencial que o ambiente escolar seja acolhedor e seguro, funcionando como uma extensão do lar para os estudantes. As ações desenvolvidas pela Polícia Militar visam justamente consolidar esse cenário”, declarou.
Escola Segura
Como parte do plano de ação do projeto “Aruana, a operação “Escola Segura” será realizada entre os dias 16 e 23 de abril, com foco no policiamento ostensivo, distribuição de panfletos e palestras voltadas para alunos do ensino fundamental e médio.

Ao todo, 10 escolas da capital receberão equipes policiais nos turnos da manhã e da tarde, com atividades voltadas à prevenção do bullying, beneficiando mais de 1.500 estudantes. Também está previsto o patrulhamento externo em outras instituições de ensino da cidade.

Aliel Silva, de 16 anos, aluno do 8º ano do Colégio Alcimar Nunes Leitão, aprovou a ação. “A palestra foi fundamental. Sabemos que o bullying é frequente nas escolas, e é importante saber que existe uma lei que combate essa prática. Ninguém quer ser vítima disso. Queremos apenas estudar, estar com os amigos e aproveitar esse espaço da melhor forma”, disse.

Para o coordenador pedagógico do colégio, Luciano Anele, a iniciativa fortalece a participação coletiva. “O projeto traz mais conhecimento para a comunidade escolar e fortalece o sentimento de pertencimento em relação à segurança no ambiente educacional. É essencial que pais, professores e alunos estejam engajados nesse processo de conscientização, sabendo como agir diante de situações adversas. Sem dúvidas, o apoio da Polícia Militar é fundamental”, enfatizou.

As ações desenvolvidas pela PMAC reforçam a importância de discutir a violência e o bullying nas escolas — problemas que podem causar sérios danos à saúde das vítimas, como depressão, ansiedade, distúrbios psíquicos e isolamento social. No entanto, com o engajamento de toda a comunidade escolar, esses desafios podem ser enfrentados de forma eficaz.
O período das atividades foi escolhido em referência ao atentado ocorrido no colégio Columbine, nos Estados Unidos, em 20 de abril de 1999. O ataque resultou em 13 mortes e impactou o mundo inteiro, evidenciando a urgência de se abordar a violência no ambiente escolar, incluindo o bullying.
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