O governo do Acre, por meio do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC), participou nesta terça e quarta, dias 3 e 4 de junho, do workshop nacional sobre desafios na produção de dados de atividade florestal e avaliação de incertezas no processo de Monitoramento Relato e Verificação (MRV) de Reduções de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+), para contabilidade de carbono florestal, realizado no auditório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP).
O evento foi promovido pelo Inpe e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), no âmbito do programa AIM4Forests, em colaboração com Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), com o apoio financeiro da Iniciativa Internacional de Clima e Florestas da Noruega (NICFI).
O encontro reuniu gestores e técnicos de Tocantins, Pará, Roraima e Acre, que estão em processo de habilitação ao padrão de excelência ambiental para geração de créditos de carbono, o ART Trees, além de especialistas do Inpe, FAO, Pnud, Comissão Nacional para REDD+ (Conaredd+) e do Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
O workshop debateu estratégias para o aprimoramento e transparência dos dados geoespaciais para mensuração das atividades florestais, fundamentais para habilitar os estados brasileiros ao padrão ART Trees no acesso aos mecanismos de financiamento climático.

Ao longo do encontro, gestores e especialistas ficaram a par do aprimoramento das ferramentas geoespaciais disponibilizadas pelo Inpe e FAO, que podem auxiliar na coleta de dados sobre monitoramento do desmatamento e degradação florestal, a exemplo do BiomasBR, e sistemas como o Prodes, Deter e TerraClass.
Outro ponto importante tratou sobre os desafios enfrentados pelos estados no processamento de dados e os gargalos no processo do monitoramento de desmatamento e degradação florestal alinhado às boas práticas e requisitos dos padrões de carbono.
A presidente do IMC, Jaksilande Araújo, acompanhada da assessora técnica Elsa Mendoza, destacou a importância do encontro para o aprimoramento das ferramentas e os desafios frente à necessidade de uniformidade da metodologia na mensuração das atividades florestais, fundamentais para os mecanismos de financiamento climático, como o REDD+ jurisdicional.

“Nossa participação no workshop reafirma também o compromisso do Acre com a excelência técnica na produção de dados ambientais, uma exigência crescente nos padrões internacionais. A qualidade e a consistência dos dados florestais são a base para a credibilidade do nosso programa jurisdicional de REDD+”, reforça Jaksilande Araújo.
O Brasil, por meio do programa BiomasBR, liderado pelo Inpe, conta com as séries históricas mais robustas do mundo em monitoramento florestal. A utilização de sistemas como o Prodes, Deter e TerraClass são essenciais para relatar o desmatamento, a degradação e a regeneração florestal, possibilitando ao país acessar pagamentos por resultados climáticos no âmbito da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) e do Fundo Verde para o Clima.

O Acre foi o primeiro estado brasileiro a estruturar um programa jurisdicional de REDD+ reconhecido internacionalmente e, nos últimos dois anos, tem empenhado esforços para obtenção do padrão ART Trees, para certificação de créditos de carbono de alta integridade em REDD+ Jurisdicional e, com isso, ampliar as oportunidades no acesso a fundos climáticos.
REDD+ é um mecanismo internacional que visa reconhecer e recompensar financeiramente países e estados que reduzem suas emissões, por meio da redução dos índices de desmatamento e degradação florestal.
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