Vilhena, RO – O próprio Ministério Público Federal admite que os crimes tendem a prescrever, mas deve tentar ao menos recuperar o que puder do dinheiro que teria sido desviado numa das mais polêmicas obras de Vilhena: a duplicação do trecho urbano da BR 364, empreendimento que atravessou as administrações de Melki Donadon (PTB) e do primo, Marlon, que o sucedeu no cargo em 2004, e chegou até a gestão Zé Rover (PP).
A obra, custeada com recursos federais, sempre rendeu comentários em Vilhena, em virtude das suspeitas de corrupção. O projeto, que sofreu mutilações ao longo do tempo, previa iluminação e rotatórias nas intercessões da rodovia com as avenidas da cidade.
De acordo com o MPF, dos 19 km de marginais previstas no projeto original, restaram apenas 12, e com falhas de execução e indícios de desvios. E é com base nestas suspeitas que, não podendo punir os eventuais envolvidos no suposto crime, as autoridades vão se debruçar sobre a ilegalidade que não prescreve com os anos: os eventuais roubos do dinheiro público.
A idéia é identificar os beneficiários do esquema e obrigá-los a devolver o que embolsaram. Um trabalho que demandará tempo, pois serão necessárias perícias para constatar a corrupção.
Fonte: Folha do Sul