O ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) acertou delação premiada na Operação Lava Jato. Condenado a 20 anos e 7 meses de prisão por crime de corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-parlamentar está preso em Curitiba, base da investigação sobre o esquema de propina instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Em sua delação, ele confirma que o então presidente Lula sempre soube que a nomeação de Costa na diretoria da Petrobras tinha o objetivo de “alavancar” ou desviar recursos da estatal para o seu partido.
A expectativa é que Pedro Corrêa indique novos nomes de supostos beneficiários de pagamentos ilícitos, inclusive políticos. Com um histórico de influência junto a setores do governo e na Câmara, o ex-parlamentar teria conhecimento de detalhes importantes para a Lava Jato.
Ele já havia sido condenado também no processo do mensalão. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o ex-deputado recebeu propina do esquema Petrobras enquanto estava sendo julgado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Penal 470. Os investigadores afirmam que há registro de recebimento de vantagens indevidas até outubro de 2012.
O ex-parlamentar está preso desde 10 de abril de 2015, quando foi capturado na 11ª etapa da Lava Jato denominada “A Origem”. A sentença do juiz federal Sérgio Moro atribui a Pedro Corrêa o recebimento de propina de R$ 11,7 milhões, 72 crimes de corrupção passiva e 328 operações de lavagem de dinheiro.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Pedro Corrêa fez articulações para a nomeação de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Primeiro delator do esquema, Costa acusou Pedro Corrêa de ter recebido R$ 5,3 milhões do esquema de corrupção na estatal para sua campanha eleitoral de 2010.
Segundo o delator, “Pedro Corrêa recebia parte dos repasses periódicos destinados ao PP e oriundos das propinas pagas nos contratos firmados no âmbito da Diretoria de Abastecimento” – comandada por ele de 2004 a 2012. A área era a cota do PP no esquema denunciado pela Lava Jato de corrupção na Petrobras envolvendo a indicações políticas – envolvendo também o PT e o PMDB – em cargos estratégicos. Via Diário do Poder