À revelia dos diplomatas, que não concordariam em participar da armação, o Palácio do Planalto articula com governos da América do Sul, igualmente populistas, a “denúncia” de que “um golpe” estaria em curso, e não uma grande operação da Justiça Federal que investiga, processa e prende políticos corruptos que atuam à sombra do governo desde 2004, no primeiro governo Lula. Foi tudo combinado. A senha foi da própria presidente Dilma, ao declarar que “há um golpe em curso”.
A “vitimização” foi definida diante da dificuldade de explicar no exterior a maior manifestação da História, dia 13, exigindo o impeachment.
O uruguaio Luis Almagro concordou em difundir a lorota de “golpe” para agradar Dilma, que apoiou sua eleição à Secretaria-Geral da OEA.
O Planalto pediu que governantes populistas e até a ingênua chanceler argentina ameaçassem com repreensão na Unasul e no Mercosul.
Governistas e petistas chamam de “golpe” a atuação da Justiça, que, lastreada em documentos, confissões e delações, prende-os um a um. Leia na coluna Claudio Humberto.