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Corte de frios pode levar a contaminação por bactéria

26/04/2016
in Brasil, Saúde

Pesquisa da mestranda Daniele Faria, orientada pela professora Bernadette Franco, coordenadora do Centro de Pesquisa em Alimentos/ Food Research Center (FoRC) da USP, mostra como se dá a contaminação cruzada da bactériaListeria monocytogenes no processo de corte de frios. A contaminação cruzada é o processo de transferência de micro-organismos de um alimento contaminado para outro não contaminado. No estudo, ela simulou em laboratório a contaminação cruzada em um fatiador de frios e conseguiu demonstrar que essa bactéria é transferida a duas centenas de fatias de rosbife cortadas por um aparelho contaminado com o micro-organismo.

O estudo comprova que, apesar de o processamento térmico desses alimentos ser suficiente para eliminar esse micro-organismo, a ocorrência de contaminação cruzada pós-processamento pode resultar em aumento do risco à saúde do consumidor. A Listeria monocytogenes é uma bactéria que pode colocar em risco a vida de pessoas com imunidade baixa e a dos bebês durante a gravidez. O micro-organismo é um patógeno que pode estar presente em alimentos prontos para o consumo, pois são mantidos em refrigeração e possuem longa vida de prateleira, favorecendo a multiplicação deste patógeno. “O Brasil precisa estudar melhor essa bactéria. Trata-se de um patógeno que sequer aparece nas nossas estatísticas epidemiológicas”, afirma Daniele.

A Listeria monocytogenes é causadora da doença listeriose, infecção que tem incidência baixa, mas alto grau de severidade e alto índice de mortalidade (20% a 30%) e cujos sintomas em um adulto normal são semelhantes aos da gripe.”Trata-se de uma bactéria que pode causar problemas sérios em gestantes, recém-nascidos, idosos e pacientes debilitados e imuno-deprimidos”, alerta. “No caso das gestantes, a listeriose materno-fetal ocorre com mais frequência no último trimestre da gestação. Os sintomas iniciais são semelhantes a uma gripe, com febre, mialgias e dor de cabeça, seguidos de complicações, como aborto, feto natimorto, nascimento prematuro e infecções neonatais”, explica.

Já alisteriose invasiva, se caracteriza por bacteremia, doença caracterizada pela grande presença de bactérias no sangue, com ou sem focos evidentes de infecção, ou por afetar o sistema nervoso central podendo causar meningite, meningoencefalite e abscessos no cérebro. “Afeta pincipalmente pacientes com mais de 50 anos, causando febre, alterações na percepção sensorial e dor de cabeça”, acrescenta.

Contaminação
Para estudar a extensão da contaminação cruzada, Daniele adquiriu uma peça de rosbife não contaminado, inseriu a bactéria em uma peça e a cortou. Depois de contaminado o cortador, ela passou a fatiar uma peça não contaminada. O processo foi feito em laboratório, mas em temperatura ambiente. Ela estudou cada uma das fatias, verificando quantas bactérias estavam presentes, e descobrindo que até a ducentésima fatia ainda havia presença da Listeria monocytogenes. “Apesar da transferência de bactérias de uma fatia para outra ir decrescendo, em número, a pesquisa mostra que a contagem na última fatia obtida é alta”, aponta.

Segundo Daniele, essa bactéria sobrevive a grande variação de temperatura — de quatro graus negativos até 50 graus Celsius. Portanto, o problema pode se dar tanto em locais onde as pessoas pedem o produto fatiado quanto para quem compra a peça inteira ou ainda fatiada e acondicionada em embalagens de isopor. “Se o alimento contaminado estiver em uma bandeja, a bactéria pode sobreviver ao processo de resfriamento”, completa. “A Listeria sobrevive a temperaturas muito frias e a alimentos com muito sal, então esse tipo de produto é ideal para ela se estabelecer”, diz.

Um dos principais objetivos de Daniele com a pesquisa é alertar as autoridades sanitárias no Brasil. “O País não tem legislação para garantir que produtos como o rosbife e outros frios estejam livres da Listeria, bem como exigir um processo de limpeza e sanitização adequados em locais de fatiamento, e não faz alertas para os grupos mais vulneráveis ao risco de contaminação”, conclui.

Criado em 2013, o FoRC é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) reúne equipes multidisciplinares e infraestrutura laboratorial de diferentes instituições de pesquisa do Estado de São Paulo, como USP, Unicamp, Unesp, Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e Instituto Mauá de Tecnologia (IMT). Suas linhas de pesquisa estão estruturadas em quatro pilares: Sistemas Biológicos em Alimentos; Alimentos, Nutrição e Saúde; Qualidade e Segurança dos Alimentos; e Novas Tecnologias e Inovação. Atualmente, cerca de 30 pesquisadores integram o FoRC.

Da Acadêmica Agência de Comunicação – www.academica.jor.br

Tags: Alimentosbactériasaúde

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