O empresário mato-grossense Argino Bedin, sócio de fazendas de soja acusado de financiar golpes antidemocráticos, ficou calado durante depoimento nesta terça (3) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro.
Argino Bedin havia pedido ao Supremo Tribunal Federal para não comparecer à CPMI, mas o ministro Dias Toffoli só permitiu que ele não respondesse a perguntas que o incriminassem.
Caminhões nos protestos
O sojicultor de 73 anos dispensou o tempo inicial de 15 minutos para se defender e não respondeu à relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), sobre quantos caminhões de propriedade de sua família bloquearam rodovias e vieram a Brasília para os protestos.
Diante das negativas, a senadora citou relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) segundo o qual 272 caminhões chegaram ao Distrito Federal naqueles dias. Desses, 72 eram da cidade de Sorriso, em Mato Grosso, onde vive Argino Bedin, e 16 caminhões pertenciam a ele ou a familiares.
Vídeos com bloqueios de estradas
Eliziane Gama exibiu um vídeo mostrando que os bloqueios feitos por caminhões impediram a passagem de uma criança que precisava de uma cirurgia de emergência no olho. Outro vídeo revelou manifestantes armados.
A relatora chamou a atenção para o patrimônio do empresário, que ela classificou de “império”, e lamentou que uma caminhada construída com trabalho seja finalizada com uma investigação por incentivo a atos antidemocráticos.
A comissão continua reunida no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.
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