Uma investigação do criador de conteúdo Felca expôs um grave esquema de adultização infantil e exploração de menores na internet, revelando como redes sociais, especialmente o Instagram, facilitam a circulação de conteúdos que sexualizam crianças e adolescentes. O caso mostra falhas de moderação e alerta para a atuação de pedófilos online que se aproveitam de lacunas no controle de publicações.
Segundo Felca, em menos de cinco minutos, um perfil novo foi “condicionado” pelo algoritmo da plataforma a exibir apenas vídeos de crianças em situações sugestivas, acompanhados de comentários e links usados para troca de material ilegal.
Pais que expõem filhos para monetização
O vídeo denuncia que parte desse conteúdo é produzido com o conhecimento — e até incentivo — dos próprios pais, que buscam engajamento e lucro. Em casos extremos, há comercialização de imagens íntimas de menores, o que configura crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Entre os exemplos citados estão o da adolescente “Camilinha”, exposta desde os 12 anos, e o de Caroline Dreher, cujo conteúdo era administrado pela mãe e escalou para material explícito, vendido em grupos privados.
O papel do algoritmo do Instagram
A investigação demonstra que o algoritmo do Instagram identifica interações com conteúdos envolvendo crianças e passa a recomendar vídeos semelhantes, sem avaliação ética ou bloqueio preventivo.
Isso cria um ciclo de retroalimentação, aumentando visualizações, incentivando novos conteúdos e fortalecendo redes criminosas.
Impactos psicológicos
A psicóloga entrevistada alerta que a exposição precoce à sexualização rompe o desenvolvimento saudável e pode gerar transtornos de autoestima, identidade e vínculos afetivos. “A criança passa a buscar validação através da imagem e da sexualidade, e isso a fragiliza para toda a vida adulta”, explica.
Ações e investigações
Após a divulgação, o Ministério Público instaurou investigações, removeu perfis e abriu inquéritos para apurar casos de exploração sexual infantil. Felca registrou boletim de ocorrência e reforça a importância de denunciar conteúdos suspeitos.
Um alerta urgente
O Brasil figura entre os maiores produtores de conteúdo sexualizado envolvendo menores. Especialistas apontam que a combinação de lucro fácil, falta de punição e omissão de plataformas cria um ambiente perigoso para crianças e adolescentes.
Felca conclui: “Criança é para brincar, não para produzir conteúdo. Mesmo um vídeo inocente pode ser visto de forma distorcida por predadores. Protejam suas crianças.”
📞 Canais de denúncia de exploração infantil online
- Disque 100 – Central de Direitos Humanos
- SaferNet – www.safernet.org.br
- Delegacia de Crimes Cibernéticos – Procure a unidade mais próxima