evitar prejuízos. O contrato atual tem vigência de cinco anos e comporta mais de R$ 6
bilhões em benefício de todos os seus Clubes. Montante suficiente e tempo hábil para
que qualquer eventual recomposição pudesse vir a ser realizada em caso de uma
votação unânime por alteração em qualquer uma das regras de distribuição de receita.
É impossível que o Flamengo sofresse um prejuízo.
Vale lembrar que, se o Flamengo realmente tem interesse em dialogar por um acordo,
ou tem a convicção de que está certo, o próprio Clube não faria uso de um expediente
liminar desnecessário, e discutiria se está certo no mérito em Mediação ou Arbitragem.
Por que estamos tendo que esclarecer todas essas dúvidas por meio de comunicados
à imprensa e não em ambiente técnico e dentro da própria Libra? Por que o Flamengo
preferiu esse caminho ao invés de manter a discussão internamente?
O Flamengo demonstra que há outros objetivos em seus movimentos.
Questionar os fatos e distorcê-los para conseguir apoio midiático com base na
desinformação é querer viver uma realidade paralela, de imposição econômica, sem
qualquer fundamento coletivo. Uma visão antiquada e solitária.
Blocos de comercialização coletiva, como a Libra e como a LFU, ou uma Liga, quando
formada, representarão tudo aquilo que o Flamengo aparenta contrapor nesse
momento: a coletividade na negociação de direitos, ampliação de valor e receita,
desenvolvimento de qualidade de produto e internacionalização.
Juntos os clubes não valem mais, valem muito mais.
Separados os clubes não apenas valem menos, eles destroem também o valor em toda
a cadeia de negócios que cerca e faz parte do futebol.
Em vez de trabalharmos pelo futuro do futebol brasileiro, estamos aqui presos a uma
discussão antiga e repetitiva sobre quem ganha mais – e sobre quem quer ganhar ainda
mais –, enquanto os assuntos importantes restam à margem do debate.
A LiBRA tem um respeito absoluto pela instituição Flamengo, pela sua história
emblemática, por suas muitas conquistas e, principalmente, por sua torcida – essa, que
merece o futebol brasileiro que Flamengo se nega a construir. No entanto tem também
o mesmo respeito por todos os seus demais membros, todos os clubes do futebol do
Brasil e todos os seus milhões de torcedores apaixonados.
O futebol brasileiro não tem um dono.
Tem milhões.
Tem 212 milhões de donos.