Mais cedo, em entrevista a repórteres, a chefe do Executivo havia declarado que não comentaria as falas de seu principal opositor. Fez questão de ressaltar, porém, que o seu governo não está envolvido em qualquer escândalo de corrupção. “Não é o meu governo que está sendo acusado atualmente”, alfinetou, em alusão às recentes denúncias contra o deputado.
Os atritos públicos entre os dois se intensificaram no domingo, quando a mandatária comentou, na Suécia, as suspeitas de que Cunha se beneficiou do esquema de desvio de recursos da Petrobras.
Esse confronto ocorre em um momento de instabilidade política. Enquanto Dilma é alvo de tentativas de abertura de processo de impeachment pela oposição, o peemedebista enfrenta o risco de isolamento e sanções políticas, com o seu nome ligado a suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro.
Na semana passada, o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a abertura de novo inquérito para investigar contas secretas de Cunha, esposa e filha na Suíça. Paradoxalmente, a expectativa é de que caiba a ele analisar, na Câmara, os requerimentos de impeachment contra a petista. (AG)