Em 2017, Kazim fez sua primeira temporada com a camisa do Timão
Foto: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians
A fervorosidade da torcida do Corinthians parece ainda impressionar o atacante Colin Kazim, que associou a força da Fiel, sempre presente na arquibancada, à substância semelhante a uma droga.
“Eu sinto a força do Corinthians, me sinto muito maior quando estou jogando. Você fica dois metros e meio mais alto. 200 quilos mais forte, pode brigar com tudo. É como você tomar uma droga, dá muita força para você”, contou, em entrevista concedida ao LANCE!.
O camisa 18, criado em meio ao frio de Londres, na Inglaterra, não poupou energia para prosseguir em sua análise sobre os torcedores alvinegros. Fazendo jus ao apelido de “Gringo da Favela”, que recebeu assim que foi anunciado pelo clube, o jogador comparou a prática da torcida à religião. Um conselho dado aos atletas mais novos também foi compartilhado.
“A torcida, mano. Não posso explicar, eles são um fenômeno, incrível. Eu falo para todos os jovens, que quando saírem daqui, vão se arrepender. Tudo bem, você vai ganhar mais dinheiro, ok, é sua vida. Mas aqui é outra coisa, uma religião. Foi assim quando saí de Galatasaray: “Porra, porque fiz isso”. E me arrependi também. São parecidos”.
“Aqui, você fica cinco, seis pontos na frente, a torcida quer mais. Lá, cinco, seis pontos, está bom. Eu respeito isso, porque eles querem mais, mais. Se você joga com raça, eles ficam tranquilos. Se ganhar, ficam tranquilos. São essas duas coisas. Se você joga com raça, você joga pra caralho. Sinto isso, mano”, completou.
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Em seu primeiro ano vestindo o manto do Timão, Kazim disputou 30 partidas e balançou as redes em três ocasiões. Reserva imediato do centroavante Jô, que viveu ano especial, o europeu foi bastante criticado em determinado momento da temporada, mas seguiu trabalhando e ganhando chance com o técnico Fábio Carille. A melhor resposta às contestações partiu de seu pai, logo após o título do heptacampeonato brasileiro.
“Meu pai falou: ‘Ninguém pode falar nada contigo, você é campeão’. Fazendo história aqui, primeiro europeu a ganhar título no Corinthians, fazer gol no Corinthians. É pensar nesses momentos bons”, assegurou.
Por fim, Kazim, hoje aos 31 anos, relembrou o tempo em que batalhava para ganhar espaço no futebol. A situação financeira, difícil na época em que era jovem, foi citada pelo atacante.
“Em Londres, tudo bem, é muito diferente daqui, aqui eles sofrem muito. Não pode ter comparação. Mas para mim, lá é muito difícil, minha família. Agora, graças a Deus tenho sorte porque jogo futebol. Não só dinheiro, mas morar no Brasil, conhecer você. Tenho sorte”.
“Peguei meu primeiro passaporte com 18 anos, peguei meu primeiro avião. Mano, eu vou contar um segredo: eu fiquei mais tempo sem dinheiro do que com dinheiro na minha vida. Eu peguei dinheiro nos últimos dez anos. Fiquei mais 18, 19 anos sem dinheiro. Não pode esquecer disso. Porque eu sinto muito de gente… Como sou”, finalizou.
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