Ação foi descoberta pela PF em região de Pontes e Lacerda, onde funciona um garimpo ilegal que atraiu milhares de pessoas; investigação iniciou após Justiça ordenar o fim da extração de ouro no local
Policiais civis, militares e um ex-vereador extorquiam garimpeiros e até prostitutas, no garimpo ilegal em Pontes e Lacerda (483 km de Cuiabá). A informação é do delegado da Polícia Federal (PF) Ronald da Silva de Miranda, responsável pela operação ‘Corrida do Ouro’ deflagrada ontem (6) pela PF no município.
Cerca de 500 pessoas ainda continuam à busca do minério em área irregular. Segundo o delegado, os policiais são suspeitos de fazer parte de uma organização criminosa que extorquia garimpeiros e controlava o comércio em geral que foi montado nas serras da Borda e Santa Bárbara, na cidade.
Ainda conforme o delegado, a PF está cumprindo 10 mandados de prisão, 30 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de condução coercitiva nas cidades de Cuiabá, Pontes e Lacerda e Cáceres.
“A operação visa combater atividades ilegais de extração de ouro na cidade. Já havia uma decisão judicial para interromper as ações no garimpo e essas pessoas, mesmo depois da determinação da Justiça, continuaram desenvolvendo as atividades”, explica.
As investigações apontavam que existia uma espécie de organização criminosa que comandava a extração e comércio interno no garimpo. O grupo conseguia extrair muitas ‘vantagens’ financeiras das pessoas do local, cobrando taxas dos comerciantes e estacionamento de quem chegava na região.
“O mais interessante era que chegavam a cobrar inclusive uma ‘taxa’ das mulheres que se prostituíam na área. Acredito que os valores variam por tipo de serviço, entre 20% e 25%”, conta.
As apurações apontavam ainda uma espécie de ‘lei do silêncio’ no garimpo. “Tivemos diversas situações onde as pessoas se negavam a prestar informações com receio ao que poderia acontecer com elas ao retornar para a cidade, tendo em vista que esses integrantes da organização criminosa ainda não tinham sido presos”, frisou.
Foto: HiperNotícias
Fonte: Folha do Estado