Trágico e preocupante! Mais uma decisão judicial impõe a censura no Brasil, contrariando cláusula pétrea da Constituição e determinando que a interpretação de um magistrado mude a lei magna o país. Essas decisões têm ocorrido com frequência. Alguns membros da Justiça, que devem proteger e serem guardiões da Constituição, têm abraçado causas, ideologias, protestos, processos em que fica clara intenção de censurar, tanto a criatividade artística quanto a imprensa. Estão ao lado dos teóricos, dos defensores de ideias dos antidemocratas, que farão qualquer coisa par tirar a chance de crítica de quem quer que seja. E exigem punição aos que não falam a linguagem que eles aprovam. Os autores e a gravadora responsáveis pela música “Um Tapinha Não Dói”, de 2002, foram condenados em segunda instância, a pagar 500 mil reais em multa, porque a letra seria uma agressão às mulheres. Uma coisa doentia e absurda. Driblando a clareza constitucional, muitos magistrados têm acatado essas vergonhosas ações. Nesses casos, não se ouve o clamor e os protestos dos que, nos tempos da ditadura militar, eram contra a censura. Agora, pensam diferente, porque lhes interessa mudar. Intelectuais, artistas, políticos da esquerda brasileira usam apelidos, como “regulação da mídia” para apoiarem a censura. Um abuso. Uma vergonha!
Se o Poder Judiciário, que é a última porta em que se pode bater para preservar a democracia, para fortalecê-la e impedir que ditadores imponham suas vontades, aceitar essas teorias, será melhor rasgar a Constituição. A censura é uma vergonha, um retrocesso, um retorno aos tempos das trevas. Há muita gente que quer a volta dela. Espera-se que as decisões pró censura sejam mesmo exceções e que a grande maioria do Judiciário jamais permitia que isso ocorra! Vade retro!