O aumento do número de ataques a escolas brasileiras foi o principal tema da fase de debates da sessão da Câmara do Deputados nesta quarta-feira (12). Duas estudantes foram feridas nesta quarta-feira em uma escola rural do Ceará e diversas cidades brasileiras registraram ameaças de ataques nos últimos dias.
A deputada Professora Luciene Cavalcante (Psol-SP) afirmou que esta nova onda de violência tem desafiado as comunidades escolares. Ela defendeu a ampliação de investimentos em educação e políticas públicas que busquem tornar as escolas um ambiente saudável e seguro.
Para o deputado Murilo Galdino (Republicanos-PB), a Câmara precisa debater propostas para combater esses ataques ao ambiente escolar. “Projetos que tenham a ver com a educação, com a segurança nas escolas, com o tratamento da saúde mental nas escolas, com a proibição do bullying, com a segurança realmente dentro das escolas do nosso País”, disse.
O deputado Glaustin da Fokus (PSC-GO) defendeu a aprovação do PL 2058/19, que autoriza as redes públicas e também as redes privadas a utilizar medidas para coibir a entrada de armas brancas nas escolas.
Já a deputada Silvye Alves (União-GO) afirmou que vai apresentar proposta para que as escolas contem com apoio de psicólogo e psicopedagogos, ponto também defendido pelo deputado Célio Studart (PSD-CE). “É urgente que esta Casa enfrente essa pandemia de ataques às escolas, que nós possamos cuidar da saúde mental, da segurança e compreender a importância dos psicólogos e da prevenção”, disse.
O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) destacou que a população está assustada com a situação enfrentada pelas escolas. “Eu acho que todos nós que somos pais, todos nós que somos brasileiros e, sobretudo, todos nós que somos humanos, estamos preocupados, chocados e estarrecidos com essa onda de violência que está tomando as escolas, as creches, os hospitais”, disse.
A deputada Rogéria Santos (Republicanos-BA) afirmou que crianças e adolescentes precisam ser prioridade do Legislativo. “Todos estamos estarrecidos com tudo o que está acontecendo e precisamos nos questionar sobre o que estamos fazendo”, disse.
Atuação da comunidade
A deputada Delegada Katarina (PSD-SE) destacou que a construção de um ambiente seguro nas escolas depende de toda a comunidade. “São crimes orquestrados, muitas vezes em redes sociais, por pessoas que querem chamar a atenção para si ou para uma causa. O que fazer?”, questionou. Ela afirmou que já solicitou à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado a realização de audiência pública para discutir o tema.
O deputado Messias Donato (Republicanos-ES) afirmou que a situação precisa ser enfrentada com a participação dos políticos, da comunidade escolar e da família dos alunos. “É hora de nossos governadores, nossos prefeitos, o Poder Legislativo — as Assembleias Legislativas de cada Estado e as Câmaras Municipais — e a sociedade civil organizada se unirem em prol da proteção de nossas crianças”, disse.
A preocupação dos parlamentares já foi comunicada ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), informou o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). “Fui à casa do nosso presidente pedir que a Câmara tome providências com relação a crianças e adolescentes que, infelizmente, estão em apuros”, disse.