Nesta quinta-feira, 27 de abril, foram ouvidas seis testemunhas arroladas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul durante a primeira audiência da fase de instrução processual sobre o caso do homem acusado de matar os quatro filhos, no final do ano passado, em Alvorada. Prestaram depoimento a mãe do réu, a mãe das crianças, o pai e uma amiga dela, o delegado de Polícia que conduziu as investigações e um policial civil.
Na ocasião, a pedido do MPRS, foi determinada instauração de incidente de sanidade mental do acusado, para verificar se, no tempo do crime, ele tinha alguma patologia que o incapacitava de entender o ilícito ou de se portar de acordo com a lei.
“Há uma linha defensiva de argumentação no sentido de eventual incapacidade mental. Foram arrolados remédios de uso controlado. Há apontamentos de passadas internações psiquiátricas. De outro lado, o réu, segundo relatos, executou com estratégia os gravíssimos fatos, com silêncio, ordem e dissimulação para atrair uma a uma das crianças, esperando momento oportuno para praticar os crimes e fugindo da cena do delito. Há depoimentos de que durante a prisão não apresentava qualquer desconexão com a realidade, o que demonstraria sua lucidez, conhecimento da ilicitude e capacidade de se portar, ou seja, sanidade aparente naquela situação. Assim, se entendeu por bem um estudo técnico, mormente porque provável seja o caso definido por juízes do povo”, explica o promotor de Justiça Marcelo Tubino.
Após a audiência, o Ministério Público atendeu a família da mãe das crianças para explicar os prováveis rumos do processo.
O CRIME
Conforme a denúncia, no dia 13 de dezembro de 2022, em horário não definido, o réu esfaqueou as filhas de 12 e 6 anos, e o filho, de 8 anos, dentro da sua residência. A filha mais nova, de 3 anos, foi morta por asfixia. Os crimes foram cometidos porque o homem não se conformava com o fato de a mãe das vítimas não aceitar reatar o relacionamento amoroso.