Em preparação para os atendimentos mais recorrentes no período de estiagem no Acre, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) realiza nesta terça e quarta-feira, 27 e 28 de maio, um seminário sobre Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar e Toxoplasmose Gestacional e Congênita, com o objetivo de fortalecer a vigilância, prevenção e assistência, com foco em investigação de surtos de doenças diarreicas agudas, bem como de toxoplasmose gestacional e congênita.
Tendo como público-alvo os profissionais de saúde, equipes de vigilância epidemiológica e sanitária, atenção primária, maternidades, laboratórios, estudantes e interessados na temática, o seminário ocorre durante todo o período da manhã e tarde nos dois dias, no auditório do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-AC), em Rio Branco.
“Com o apoio do Ministério da Saúde, a Sesacre está aqui, hoje, realizando o nosso seminário, falando para todos os municípios do Acre e para todas as vigilâncias epidemiológicas, com relação ao manejo e ao controle das doenças diarreicas, de forma preventiva. Isso porque, nós sabemos que no período de seca temos notificações principalmente de casos de doenças diarreicas e respiratórias no estado”, destaca a coordenadora do Núcleo de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar, Recleides Lima Darub.
Essas medidas de prevenção e controle funcionam como um mecanismo para evitar possíveis adoecimentos, ou, em caso de doença, evitar um agravamento da situação do paciente. “As doenças de transmissão hídrica e alimentar, mais especificamente as diarreias e a toxoplasmose, são um verdadeiro desafio na saúde pública do nosso estado porque estão diretamente ligadas a fatores ambientais. Então, em períodos de seca prolongada essas doenças têm um aumento do número de casos, afetando principalmente crianças, idosos e pessoas imunossuprimidas”, ressalta a gerente de vigilância epidemiológica da Sesacre, Antônia Gerines.
Doenças diarreicas agudas
As doenças diarreicas agudas (DDA) são um problema de saúde pública de grande relevância, especialmente em países em desenvolvimento, devido à sua associação com altas taxas de morbidade e mortalidade. As diarreias virais representam um importante desafio para a saúde pública no Brasil, sendo responsáveis por surtos e hospitalizações, especialmente entre crianças, idosos e indivíduos imunossuprimidos.
A alta transmissibilidade desses vírus exige uma resposta eficiente dos serviços de vigilância epidemiológica e laboratorial para a detecção precoce e o controle dos casos, reduzindo o impacto na população. Outra forma de contaminação envolve diversos agentes bacterianos que implicam no desenvolvimento das DDAs, sendo as principais as do grupo das enterobactérias. Todas são transmitidas predominantemente pela via fecal-oral, por meio da ingestão de água e alimentos contaminados, ou do contato direto com superfícies infectadas.
A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, de ampla distribuição geográfica e com significativa importância em saúde pública. Pode acometer indivíduos de todas as idades, sendo frequentemente assintomática em pessoas imunocompetentes. No entanto, apresenta risco elevado em gestantes, imunossuprimidos e recém-nascidos, especialmente nas formas congênita e neurológica.
O que causa as doenças diarreicas agudas?
As doenças diarreicas agudas podem ser causadas por diferentes microrganismos infecciosos (bactérias, vírus e outros parasitas, como os protozoários), que geram a gastroenterite – inflamação do trato gastrointestinal – que afeta o estômago e o intestino. A infecção é causada pelo consumo de água e alimentos contaminados, contato com objetos contaminados e também pode ocorrer pelo contato com outras pessoas, por meio de mãos contaminadas e contato de pessoas com animais.
Quais são os fatores de risco para doenças diarreicas agudas?
• Ingestão de água sem tratamento adequado;
• Consumo de alimentos sem conhecimento da procedência, do preparo e armazenamento;
• Consumo de leite in natura (sem ferver ou pasteurizar) e derivados;
• Consumo de produtos cárneos e pescados e mariscos crus ou malcozidos;
• Consumo de frutas e hortaliças sem higienização adequada;
• Viagem a locais em que as condições de saneamento e de higiene sejam precárias;
• Falta de higiene pessoal.
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