Cultivar sonhos e germinar oportunidades para que a ressocialização de fato ocorra na prática é o objetivo da capacitação em práticas agroecológicas e implantação de horta, que vem sendo executada pelo governo do Estado para uma turma de 24 socioeducandos que estão em cumprimento de medidas de internação no Instituto Sócio Educativo (ISE).
As palestras e atividades práticas em olericultura vêm sendo ministradas por técnicos da Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri), do Instituto Federal do Acre (Ifac) e da Universidade Federal do Acre (Ufac), no Núcleo de internação do ISE, no Apolônio de Sales. A turma é composta por jovens em medida socioeducativa de internação, com idades variando de 14 a 17 anos.
A programação do curso contempla: aplicação de conteúdos sobre a importância das frutas e hortaliças na alimentação, cultivo agroecológico desses alimentos, preparo de canteiros, de mudas, controle alternativo de pragas e doenças, irrigação, oficina de adubos orgânicos, colheita e pós-colheita, higienização e comercialização.
A coordenadora da capacitação, assistente social Italla Lohane Sousa Mendes, disse que o foco é reativar as 4 hortas existentes nos núcleos do ISE em Rio Branco e promover capacitação técnica profissionalizante nessa atividade, que promove aprendizado e interação social.
“Criar oportunidades, sair da condição ociosa, contribuir para combater um estado de depressão pela falta de atividades é o nosso objetivo”, enumerou a assistente social.
O jovem A G S, 19 anos, disse jamais ter imaginado o quão interessante pode ser a lida com a terra, com as sementes, e o contentamento de ver nascerem os frutos desse trabalho, que nunca havia parado para pensar que pode ser acessível e fácil de executar, caso se dedique.
“Os temperos, legumes e verduras deixam a comida mais saborosa, podem representar oportunidade para uma vida, com trabalho honesto. No curso aprendemos como é fácil cultivar, e com qualidade”, reconheceu.
Para G A S, 18 anos, a capacitação lhe mostrou como estava perdendo tempo com atividades ilícitas, em vez de utilizar as áreas de terras da chácara da avó para o cultivo das hortaliças, com adubos naturais, pois é possível produzir com materiais do quotidiano.
“Quero agradecer ao governo e a todos os que estão interessados em nos dar uma oportunidade, para que a gente tenha um futuro sem crime, sem violência, e se for cultivando horta, vendendo legumes, melhor ainda, né?! É como um sonho”, planejou.