Prezando pela transparência na tomada de decisões e pelo cuidado com as pessoas, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), apresentou nesta quarta-feira, 13, durante reunião plenária do Conselho Estadual de Saúde (CES), as mudanças no atendimento de pacientes renais crônicos, bem como os detalhes do planejamento que envolvem a instalação de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no espaço em que funciona atualmente o Serviço de Nefrologia da Fundhacre.
Em outubro, diante do desabastecimento da solução ácido/base por parte da empresa fornecedora que condicionou a entrega do produto ao aumento de 27% no valor pago, 64 pacientes que realizavam tratamento de hemodiálise na Fundação foram remanejados em caráter emergencial para duas clínicas conveniadas. Sobretudo, nesta semana, 24 deles foram reintegrados ao serviço de nefrologia da Fundhacre, após uma análise criteriosa e um diálogo próximo com os pacientes, com o objetivo de promover a assistência de forma mais integrada, especialmente para aqueles que realizam tratamentos paralelos no complexo hospitalar.
Diante da mudança, o secretário de Saúde, Pedro Pascoal, e a presidente da Fundhacre, Soron Steiner, demonstraram, por meio de uma apresentação detalhada, todas as questões que envolvem as mudanças, reforçando a necessidade de instalação de uma UTI no espaço, uma vez que o tratamento dos pacientes segue garantido.
“Nós entendemos as reivindicações de cada paciente e estamos trabalhando para melhorar aquilo que for necessário junto às clínicas conveniadas, mas é importante frisar que o tratamento de hemodiálise continua sendo assegurado. Por outro lado, atualmente, nós temos um déficit de 35 leitos de UTI no estado e precisamos abrir novos leitos, até mesmo para que os próprios pacientes renais crônicos usufruam, quando necessário. Imagine, por exemplo, se surgir a oferta de um órgão (rim) e este transplante não ocorrer porque o paciente não tem um leito de UTI à disposição, assim como outras necessidades como cirurgias eletivas, pacientes oncológicos, entre outros? Então, nós precisamos ter essa sensibilidade pra entender que a abertura de novos leitos é uma questão urgente que nos preocupa muito e precisamos solucionar”, afirmou Pedro Pascoal.
Já a presidente da Fundhacre declarou que o diálogo com os pacientes ocorreu respeitando as escolhas dos pacientes, além disso, reforçou que a Fundhacre trabalha firmemente na construção de novo termo de referência para nova contratualização do serviço de nefrologia, ocasião em que ajustará a responsabilidade das clinicas conveniadas, diante de todas as necessidades apontadas pelos pacientes.
“Nós, enquanto gestão da Fundação e da Sesacre, estamos à disposição para ouvir os usuários e diante disso, já implementamos algumas melhorias. Ainda no mês passado, acionamos a regulação e as equipes das clínicas foram treinadas para que os pacientes atendidos em ambas clínicas, que têm uma demanda de exames e consultas, podem dar entrada na própria clínica mantendo essa comunicação com a Fundação, o que nos permite seguir com o acompanhamento destes pacientes. Então os pedidos de consultas e exames serão recebidos nas clínicas evitando que o paciente tenha que se deslocar de um local para o outro”, esclareceu Steiner, destacando ainda o aumento na oferta de consultas na especialidade de nefrologia no complexo hospitalar.
Já o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Osvaldo Leal, reforçou que participaram da sessão plenária conselheiros, pacientes, familiares e trabalhadores e após relatório solicitado, a situação voltará a ser a precisada na próxima reunião plenária do Conselho. “O resultado do debate e da documentação solicitada, que será enviada pela Sesacre e Fundhacre em até uma semana, será encaminhada para as comissões do CES que emitirão de forma conjunta parecer e proposta de Resolução que será discutida e deliberada na próxima reunião plenária”, ponderou Leal.
Marcos Lima, presidente da Associação de Pacientes Renais Crônicos, avaliou como positiva a oportunidade de ouvir a gestão e também ser ouvido. “A gente chegou à conclusão que a gente queria. Foi dito pra nós que vão reavaliar a lista dos pacientes que querem retornar, porque tinha sido só 24, mas ‘passou’ alguns despercebidos. Eu gostei da atenção. Em nenhum momento se recusaram, e o que nós ‘queria’ era só isso mesmo, que a nefrologia voltasse o atendimento a todos que querem retornar”, ressaltou.