Com objetivo de sensibilizar, orientar e prevenir estudantes quanto à violência de gênero, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), realiza, entre segunda-feira, 26, e quinta, 29, uma série de palestras na Escola Estadual Neutel Maia, em Rio Branco.
A ação, promovida pelo Departamento de Formação e Assistência Educacional da SEE, atendeu aproximadamente 350 estudantes dos 8º e 9º anos do ensino fundamental, totalizando dez turmas. Os encontros abordaram temas como os conceitos de violência de gênero, Lei Maria da Penha (nº 11.340/2006), violência doméstica e familiar contra a mulher, tipos de violência, feminicídio, relacionamentos abusivos e canais de denúncia.
A iniciativa tem o propósito de fomentar a reflexão crítica entre estudantes e profissionais da educação sobre a prevenção e o enfrentamento à violência contra a mulher, realidade que ainda apresenta índices preocupantes no estado.
Durante as atividades, os alunos foram incentivados a reconhecer comportamentos abusivos e debateram suas consequências, além de conhecerem os mecanismos legais de proteção às vítimas.

A professora de Língua Portuguesa Adriana Araújo ressaltou a relevância da ação no ambiente escolar. “É fundamental para que os alunos desenvolvam consciência sobre situações que vivenciam em casa ou presenciam na comunidade. Ao trabalharmos essas questões com base em pesquisas sobre biografias de mulheres como Maria da Penha, Erika Hilton, Carolina de Jesus, Conceição Evaristo e Cora Coralina, eles percebem que a violência vai além da física, alcançando também as dimensões psicológica, patrimonial e simbólica”, destacou.
Segundo a docente, os debates costumam provocar relatos pessoais entre os alunos: “Já ouvi de um estudante que precisou conter fisicamente o pai para proteger a mãe. Ele se culpava, e eu disse: ‘Não se culpe, foi um ato de sobrevivência’. Situações como essa mostram a realidade de vulnerabilidade social enfrentada por muitos estudantes e reforçam a importância de ações educativas como essa”.

As alunas Isabely Granetto e Alice Azevedo, ambas do 8º ano, também destacaram a importância da iniciativa. “Tem alunos que sofrem violência e acham que é normal. A palestra mostra que não é e ensina o que fazer, a quem recorrer”, disse Isabely. Para Alice, a atividade tem papel fundamental de alerta: “Ajuda a identificar quando alguém próximo sofre agressão e motiva os alunos a contarem suas histórias”.
O assessor pedagógico Belchior Carrilho, da Divisão de Educação em Direitos Humanos e Diversidade da SEE, explicou que a atividade na Escola Neutel Maia encerrou um projeto iniciado pela unidade em março, em cumprimento à legislação que estabelece a abordagem da Lei Maria da Penha nas escolas durante o mês alusivo ao tema.
“A escola nos convidou para concluir o trabalho que já vinha sendo realizado. As unidades de ensino podem solicitar palestras dentro das temáticas de direitos humanos que temos disponíveis, como questões de gênero, população LGBTQIA+, pessoa idosa e étnico-raciais”, informou.

A expectativa da divisão, segundo Belchior, é que outras escolas também solicitem a ação, que pode ser agendada conforme a disponibilidade da equipe. Na Neutel Maia, nesta etapa, a atividade foi direcionada aos alunos dos anos finais, com possibilidade de expansão para as turmas do 7º ano em agendas futuras.
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